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Um Homem sem Chão
Um Homem sem Chão
Um Homem sem
Chão pretende fazer uma leitura da realidade, sob o ponto de vista da
macro-história (grandes acontecimentos), bem como da micro-história (história
do cotidiano). O leitor através das páginas, percebe que apesar dos homens
tentarem impor uma ordem racional ao mundo, norteando suas ações pela razão, o
mundo também não deixa de ser caótico e conflituoso.
O
protagonista da história vive um drama íntimo com o fim de seu casamento e vai
se escorar no alcoolismo para tentar suportar a rudeza da existência. No seu
dia a dia como repórter, ele se dá conta que o mundo está tomado pelas drogas,
e que por causa delas pessoas se tornam irresponsáveis em seus trabalhos, param
de estudar, são assassinadas.
No livro, a
personagem central identifica que vive na pós-modernidade, um tempo assinalado
pelo colapso do sujeito, onde as pessoas têm as personalidades fragmentadas,
ambíguas, daí o aumento das drogas ilícitas e do álcool.
O livro
também foca a questão das dificuldades dos relacionamentos interpessoais. Como
afirmava o filósofo alemão Georg Friedrich Hegel, a vida é luta de
consciências, aonde as ações dos outros em nossas vidas, podem se constituir em
nossos “infernos particulares”.
Num dado
momento, em que sua vida está bastante desorganizada, o personagem descobre a
filosofia cristã. O protagonista não se torna um religioso, mas começa a fazer
um estudo sistemático do evangelho, percebendo que o mesmo traz uma filosofia
consoladora, que se não resolve todos os problemas de imediato, pelo menos é
uma consolação para os problemas da vida e uma esperança para o futuro.
Um Homem sem Chão força o leitor a refletir
sobre a complexidade da realidade. O mundo não nos dá respostas prontas; muitas
coisas o saber acadêmico não tem respostas e outras só se aprende vivendo,
passando por experiências.
O autor produz
uma literatura crítica, mas também que busca amenizar a realidade social, pois
quando se analisa o mundo numa perspectiva materialista, aonde se constatam
injustiças, exploração de um homem sobre outro, o processo
nascimento-envelhecimento-morte, se tem uma leitura da vida muito negativa. Daí
o grande número de suicídios da atualidade.
Nesse
contexto, a filosofia cristã aparece no livro como uma esperança para o leitor.
Nunca o pensamento de um homem perpassou tantas épocas da humanidade. O
cristianismo através dos tempos se cria e se recria, e podemos observar que
ainda hoje – mais de 2000 anos depois – ele é uma presença forte na sociedade
através de suas diversas interpretações. Ele tira pessoas do vício, ele
reconstrói vidas destruídas pelo sofrimento, ele é a mais perfeita filosofia
consoladora, que dá uma resposta aos problemas do mundo.
Mas o autor
também discute algumas coisas sob o enfoque da filosofia ordinária. Não é
porque a filosofia ensinada nas universidades e escolas, produzida por homens
de carne e osso, que tentaram pensar o mundo concreto, produzida por homens que
tinham seus defeitos e contradições, deixa ela de ter importância na
compreensão do mundo, das coisas e pessoas. A igreja sempre viu com reservas o
pensamento dos filósofos, pois desde a idade média passou a considerar o homem
um ser pecador e miserável, mas o autor resgata a concepção renascentista, que
dizia que o homem não era um ser pecador e miserável e sim a mais bela criação
de Deus sobre a Terra.
Portanto, Um Homem sem Chão é um livro que mescla assuntos terrenos e
celestes, que enfoca o saber sistematizado pela ciência, mas que também fala
sobre a questão do sobrenatural, que discute qual é o papel do homem na Terra e
qual seria seu futuro depois da morte. Porém, se o livro abre a possibilidade
metafísica, não é um livro doutrinário, pois o autor apresenta para as várias
discussões propostas nele, sempre duas perspectivas, aonde o leitor é induzido
a raciocinar, refletir, e então, escolher os argumentos que lhe pareçam mais
lógicos.
http://k003.kiwi6.com/hotlink/9etnvji053/Um_Homem_sem_Ch_o.pdf
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